Nuances

Por onde precisamos passar pra chegar até aqui

Plantações de autoestima

Como a arte pode servir como uma autoestima? E nesses encontros, conseguimos plantar uma semente para que no futuro essa colheita seja de encontros consigo mesmo? Perguntas que nos fazemos diariamente, e nessa exposição é o que os artistas baianos também trazem, sobre essa conexão com o campo e também a autoestima desses corpos marginalizados.

˝Tentando construir algo firme para que não quebre, mas se um dia quebrar, tenhamos certeza da nossa grandeza, sem um diminuir o outro.˝

Projeto traz pra Salvador a Exposição dos artistas baianos Sagaz & Pipino que já trabalham com artes visuais há mais de 10 anos. O título “Plantações de autoestima” se inspira nas vivências do artista Pipino, que vem de uma família de agricultores que plantam e colhem os mais diversos alimentos na cidade de Amélia Rodrigues.

Dessa forma, as “plantações” que fazem parte da sua sobrevivência, surgem nesta exposição também como alimento para os outros sentidos sensíveis a esta visualidade, instigando a reflexão sobre como os orgânicos podem ser vistos pelos espectadores nesse deslocamento do campo para as telas pintadas que serão apresentadas. Para complementar o objetivo geral da exposição, a palavra autoestima traz referência ao povo preto e de como o artista Sagaz enxerga a si e a seus pares na sociedade, pensando no íntimo das dores, dos amores e de outras experiências vivenciadas, como uma espécie de espelho refletindo a realidade.

Sagaz & Pipino são artistas negros baianos. Sagaz reside na capital de Salvador e Pipino no interior, mais precisamente na cidade de Amélia Rodrigues. Pintando juntos há 6 anos, criaram uma identidade única com a junção de seus trabalhos que trazem referências do real e do orgânico.

Quando se conheceram em 2013 em um mutirão de graffiti, mantiveram contato e a partir daí criaram um laço afetivo de irmandade e de parceria profissional, produzindo juntos desde 2015.

 Atualmente são reconhecidos pela identidade que une a força dos seus trabalhos individuais potencializando as ações coletivas. Pipino traz uma identidade com um formato independente com inspirações orgânicas através de frutas, legumes e vegetais na construção artística de formas lúdicas e/ou irreais. Já Sagaz, leva a mensagem de empoderamento das mulheres negras, a resistência e importância do autoamor, enaltecendo as identidades afrodiaspóricas que pulsam na cidade de Salvador-BA. A junção dos dois trabalhos enriquece o discurso dentro e fora das artes, na conexão entre a vida cotidiana e a arte rural e urbana.

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