
Plantações de autoestima
Como a arte pode servir como uma autoestima? E nesses encontros, conseguimos plantar uma semente para que no futuro essa colheita seja de encontros consigo mesmo? Perguntas que nos fazemos diariamente, e nessa exposição é o que os artistas baianos também trazem, sobre essa conexão com o campo e também a autoestima desses corpos marginalizados.
˝Tentando construir algo firme para que não quebre, mas se um dia quebrar, tenhamos certeza da nossa grandeza, sem um diminuir o outro.˝
Dessa forma, as “plantações” que fazem parte da sua sobrevivência, surgem nesta exposição também como alimento para os outros sentidos sensíveis a esta visualidade, instigando a reflexão sobre como os orgânicos podem ser vistos pelos espectadores nesse deslocamento do campo para as telas pintadas que serão apresentadas. Para complementar o objetivo geral da exposição, a palavra autoestima traz referência ao povo preto e de como o artista Sagaz enxerga a si e a seus pares na sociedade, pensando no íntimo das dores, dos amores e de outras experiências vivenciadas, como uma espécie de espelho refletindo a realidade.

Como criar laços de irmandade
Entender as dificuldade um do outro, e o que se pode construir junto para melhoria de forma coletiva, ajuda a manter uma boa relação.
Sagaz & Pipino são artistas negros baianos. Sagaz reside na capital de Salvador e Pipino no interior, mais precisamente na cidade de Amélia Rodrigues. Pintando juntos há 6 anos, criaram uma identidade única com a junção de seus trabalhos que trazem referências do real e do orgânico.
Quando se conheceram em 2013 em um mutirão de graffiti, mantiveram contato e a partir daí criaram um laço afetivo de irmandade e de parceria profissional, produzindo juntos desde 2015.
Atualmente são reconhecidos pela identidade que une a força dos seus trabalhos individuais potencializando as ações coletivas. Pipino traz uma identidade com um formato independente com inspirações orgânicas através de frutas, legumes e vegetais na construção artística de formas lúdicas e/ou irreais. Já Sagaz, leva a mensagem de empoderamento das mulheres negras, a resistência e importância do autoamor, enaltecendo as identidades afrodiaspóricas que pulsam na cidade de Salvador-BA. A junção dos dois trabalhos enriquece o discurso dentro e fora das artes, na conexão entre a vida cotidiana e a arte rural e urbana.
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